Peliano costuma brincar que a poes-ia e foram os poetas que a trouxeram de volta! Uma de suas invenções mais ricas é conseguir por em palavras lirismos maravilhosos, aqueles que percebemos de repente e temos a impressão que não vamos conseguir exprimi-los. Exemplos: de Manoel de Barros -"Deixamos Bernardo de manhã em sua sepultura. De tarde o deserto já estava em nós"; de Ernesto Sabato - "Sólo quienes sean capaces de encarnar la utopía serán aptos para ... recuperar cuanto de humanidad hayamos perdido"; de Thiago de Mello - "Faz escuro mas eu canto"; de Helen Keller - "Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar"; de Millôr Fernandes - "Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus". É como teria exclamado Michelangelo que não fora ele quem esculpiu Davi, pois este já estava pronto dentro da pedra, Michelangelo apenas tirara-o de lá. Então, para Peliano, o lirismo é quando nos abraça o mundo fora de nós, cochicha seu mistério em nossos ouvidos e o pegamos com as mãos da poesia em seus muitos dedos de expressão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sessão Especial

os dois Chicos

                                                josé carlos peliano

o velho Chico já carrega em seus braços até a foz um oceano
o mais novo represa, alaga e alumbra as águas na canção

um sabe o b a ba, be, bi, bo, bu dos mananciais e correntezas
o outro recupera o bu arqui som das margens, claves e bemóis

um chega à Holanda na cor, na majestade e no reino do Atlântico
o outro traz no nome e partituras a Holanda, a banda e a versão de Iolanda

os dois Chicos levam longe suas águas entoadas e luminosas
onde a vida canta e encanta com açúcar e com afeto cada dia
em todo o sorriso que sabe de cor e salteado como ser feliz

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