Peliano costuma brincar que a poes-ia e foram os poetas que a trouxeram de volta! Uma de suas invenções mais ricas é conseguir por em palavras lirismos maravilhosos, aqueles que percebemos de repente e temos a impressão que não vamos conseguir exprimi-los. Exemplos: de Manoel de Barros -"Deixamos Bernardo de manhã em sua sepultura. De tarde o deserto já estava em nós"; de Ernesto Sabato - "Sólo quienes sean capaces de encarnar la utopía serán aptos para ... recuperar cuanto de humanidad hayamos perdido"; de Thiago de Mello - "Faz escuro mas eu canto"; de Helen Keller - "Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar"; de Millôr Fernandes - "Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus". É como teria exclamado Michelangelo que não fora ele quem esculpiu Davi, pois este já estava pronto dentro da pedra, Michelangelo apenas tirara-o de lá. Então, para Peliano, o lirismo é quando nos abraça o mundo fora de nós, cochicha seu mistério em nossos ouvidos e o pegamos com as mãos da poesia em seus muitos dedos de expressão.

domingo, 4 de março de 2012

Marcelo Benini

Para ser menino é preciso não ter nome
Ser apenas reconhecido pelos feitos.


Toda varanda gosta de jogar conversa fora


Minhas terras começam
Quando a vista perde
Onde nem óculos,
Nem binóculo de ópera dão jeito,


As coisas que cabem em beira:
                         Um rio
                         Uma vaca
                         Um barranco.


Mineiro:
                 Morro
                 Subo
                 Morro
                 Desço
                 Morro
                 Ando
                 E morro.


A tarde esta presa
Por um jirau de maracujás.
Para que serve um jirau de maracujás
Senão para erguer a tarde?

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