Relíquia
De nossa relva guardo amostra
Prensa entre as folhas
Das Folhas de Relva
De Walt Whitman
Guardo entre folhas que o tempo amarela
As traças roem, os dedos vincam
A fúria rasga, o pranto encrespa
O sangue mancha, e, sim, abrigam
Ponta da grama que nos foi ermida
Superação
Foi-se o amor
Que o trouxe vivo até ali
No som da sala
Noel consola, mas não supre
Foi-se o viço
Que o amor trouxe até ali
No som da sala
Noel não supre nem consola
Torna a amar
para não ir morto até la'
Truísmos
O sol aquece aragens
Que nos refrescam
As ervas daninhas danificam
A natureza mata
A tecnologia é amiga da onça
O laboratório salva
Não carece de tatuagem
A alma impressa
Em livro fechado não entra mosca
De livro aberto, sai
Lástima
Espano a pena em sua lapela
Com o trivial gesto de quem espana
Felpa ou paina
Com um gesto largo
de maestro de orquestra
Recolho no voo o floco diáfano
Debelo a dúvida que pairava
Brigarmos é realmente uma pena
Não felpa ou paina em minha palma
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